A Convenção das Nações Unidas para a
Desenvolvimento Sustentável parou o Rio de Janeiro. Cerca de 20 mil homens comandados pelo Exército
patrulhavam as ruas, o ar e o mar. O espaço aéreo foi limitado e
o trânsito foi modificado para a Rio+20. Nas mesas de discussão, a coisa
parecia menos organizada - ou pelo menos, com menos objetivo. Para o diretor do
Centro de Informações da ONU para o Brasil, Giancarlo Summa, apesar de ter
passado por outras discussões anteriormente, somente 25% do documento a ser discutido estava pronto
quando chegou à conferência.
E essa
falta de decisão foi refletida no evento. Os cerca de 190 países representados
deveriam chegar a um consenso entre os dias 13 e 15 de junho, uma sexta-feira.
Mas a negociação entrou fim de semana adentro. Foi somente na madrugada de
terça-feira que ocorreu o anúncio de acordo no texto base.
Com o acordo, vieram as críticas. Com tantos dias
de discussão, muitos pontos importantes ficaram de fora e viraram alvo de
críticas. Um fundo proposto pelos países em desenvolvimento, por exemplo, foi apagado do texto. Outro ponto, que
defendia o direito da mulher à reprodução, foi retirado por pressão do vaticano
- já que poderia ser interpretado como apoio ao aborto. As críticas, para a
retirada dessa proposta, vieram da ex-presidente chilena Michelle Bachellet e da secretária de
Estado americana Hillary Clinton. Mas esses foram apenas
alguns dos trechos retirados para que se chegasse a um consenso. O texto final
foi alvo de críticas muito mais duras de ONGs. A Amigos da Terra chamou de "atentado"
e o Greenpeace classificou o texto da Rio+20 de "tapa na
cara", entre outras manifestações. Nas ruas, muitos protestos.
Mas ainda
havia tempo para mudar. Os três últimos dias de conferência, incluindo esta
sexta-feira, reuniriam os chefes de Estado e de governo para discutir o
documento. Cada representante que subia ao palco prometia desenvolvimento
sustentável, respeito ao ambiente, diminuir as emissões de CO2 e mais. Alguns
ainda faziam críticas ao texto acordado.
Por outro lado, o governo brasileiro, anfitrião e
líder das negociações, e a ONU defendiam o documento, o que dividiu as opiniões
em torno do acordo. O ministro Antonio Patriota disse que a conquista foi o
consenso em torno do tema. A presidente Dilma Rousseff disse que o texto é apenas o
começo. O exemplo das opiniões sobre o documento da Rio+20 é o
secretário-geral da ONU. Ele reclamou que o texto aprovado previamente e
mostrado na terça-feira era pouco ambicioso. Mas, por pressão da presidente Dilma, Ban Ki-moon voltou atrás
e defendeu o documento. Após o ministro das Relações Exteriores,
Antonio Patriota, passar o recado de que Dilma estava descontente com a
posição, o sul-coreano mudou o discurso e afirmou que tivemos "um grande
sucesso".
Nesta noite, os críticos do documento viram suas
poucas esperanças acabarem de vez. O documento foi aprovado pela Cúpula de chefes de Estado
(veja o texto no link www.uncsd2012.org/thefuturewewant.html, em
inglês, espanhol, francês, russo, chinês ou árabe). Falta saber se a salva de
palmas dos secretários, ministros, premiês, presidentes e até reis que fechou
esses 10 dias de discussões e protestos foi merecida.
Sobre a Rio+20
Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro voltou a
receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e
ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu na cidade de 13 a 22 de junho, deverá
contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas
próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da
pobreza.
Depois do
período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do
documento final da Conferência, o evento ingressou quarta-feira na etapa definitiva
e mais importante. Nesta sexta, o Segmento de Alto Nível faz sua última
plenária e encerrou a Rio+20 com a aprovação do texto por diversos chefes de
Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.
Apesar
dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais
não vieram ao Brasil, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler
alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso,
houve impasse em relação ao texto do documento definitivo, que segue sofrendo
críticas dos representantes mundiais. Ainda assim, o governo brasileiro aposta
em uma agenda fortalecida após o encontro.
O sofrimento valeu a pena hein? kkkk. Arrasou Juci. Eu tenho alguns textos da Revista Caros Amigos sobre sua temática, vou te enviar depois. De repente vc posta aqui em seu blog.
ResponderExcluirVocê vai ficar craque e vai ser minha parceira no blog do Felicidade. Beijos.
Parabéns Jucimára pelo seu blog!!!!
ResponderExcluirAbraços,
Larissa Gomes Carneiro Borges
Coordenadora do Projovem -Mundo Novo
Pós-graduanda em Mídias na Educação.
Gostei do blog Juci! Que seja um sucesso entre seus alunos e colegas. Abraços, Valéria (colega do Midias)
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